25 agosto 2006

Educar

Foto: Paulo Nabais
Aniversário do rebento mais novo

“Roubei” o texto, que o meu amigo Gonçalo escreveu, sobre EDUCAR.

Concordo 100% contigo Gonçalo!

Hoje, estive a falar com uma senhora que tem um negócio, contou-me muito indignada e chocada o que uma miúda de 5 anos lhe chamou à frente da mãe.

A minha reacção foi: - uma chapadona que aprendia logo!

Vocês nem imaginam o que a miúda lhe disse e em que circunstâncias, mas prefiro não escrever sobre isso.

Agora, o pior de tudo, foi quando a senhora repreendeu a miúda (e ouvir mais palavrões) a mãe disse:

- Não lhe diga nada se não é pior. Essa miúda é impossível!

Afinal quem merecia a chapadona?

É que educar custa muito e é mais fácil ignorar!

Então aqui fica a reflexão do Gonçalo.

Educar...

Educar é sem dúvida, uma tarefa árdua e muito esgotante. Mas também, uma tarefa interessante e muito compensadora. Sou animador de grupos de crianças, pré-adolescentes (se é que este termo existe), de adolescentes e de adultos... É engraçado como em cada grupo me confronto com problemáticas parecidas, vividas de maneira diferente. As crianças e pré-adolescentes, são muito irrequietos, por vezes mal-educados, muito carentes, muito faladores (isto na sua grande maioria), por detrás desta personalidade muito inquietante, costuma existir uma família complicada ou uma família demasiadamente “deixa andar”. As crianças e pré-adolescentes por vezes apresentam comportamentos pouco compreensíveis, mas pensando bem, são apenas as suas formas de demonstrar um sofrimento maior. Claro que este “sofrimento” não é desculpa para tudo, mas antes de um castigo, de uma palmada, talvez seja mesmo necessário, ensinar os animadores de grupos de jovens, assim como os pais, que antes de tudo, devemos tentar ouvir a criança... devemos tentar compreender e depois agir... Chantagear ou castigar sem ouvir e compreender, não me parece que essa a solução, mas sim o começo doutro problema.

Os adolescentes por seu lado, são eufórico, querem viver tudo hoje, parece que não podem esperar mais... O que estará por detrás destes adolescentes... pois não sei... Ser adolescente é complicado, queremos deixar de ser crianças, mas ainda não somos adultos, existe uma dicotomia, entre aquilo que queremos e aquilo que fazemos... Também pode estar por detrás qualquer forma de sofrimento. Os adolescentes não são assim tão rebeldes, como os fazem crer... talvez sejam mais “inquietos”, talvez apenas queiram umas palavras de carinho, um “eu compreendo o que sentes, não te censuro”. Lembro-me de um encontro de catequese, em que alguns adolescentes, disseram que já tinham pensado em suicido... passei 4 encontros a falar disso... e depois pensei... os pais não sabem... Que raio de relação terão com eles???

Os adultos (que têm filhos), por seu lado são problemáticos e angustiados. O comportamento dos seus filhos, parecem-lhe estranhos, não os compreendem, mas muitas vezes não os escutam. Ficam aflitos com a “falta de educação” do puto, com a agressividade daquele que pareciam conhecer... Eu cá, partilho a opinião de Eduardo Sá “atrás de uma criança difícil está sempre um adulto em dificuldades”. Antes de questionar o filho ou até do castigar, que tal interrogar-se a si próprio, e depois sim... que tal ir com o “seu menino” de braço dado, para a chuva, dar rebolões na relva, jogar a mandar almofadas, brincar com a comida... e depois sentar-se à mesa e falar com o seu rebento... sobre os seus problemas, as suas inquietações, as suas alegrias... Os adultos devem partilhar tudo... Mostrem aos vossos filhos que sabem descer ao mundo deles, fazer as mesmas asneiras que eles, mas que existe espaço e tempo para tudo... Depois deles perceberem isto... tenho quase a certeza que os vossos filhos, vos vão olhar, com outros olhos... e vão dizer, aquele que me critica, me chateia, me educa, me põe de castigo, também que brinca comigo, também “desfaz” a casa comigo, também se suja comigo... Enfim percebe-me!!! Façam isso... e tentem entender os vossos filhos.

Beijos e/ou abraços, gmc

Até...

P/S: Este texto foi apenas um desabafo, é a minha visão das coisas. Não sou pai J, e não tenho qualquer formação na área, apenas dois olhos, dois ouvidos e um coração...

2 comentários:

Páginas escondidas disse...

Lindooo...
Assino em baixo!!

Anónimo disse...

Desculpem a minha invasão, mas deixei-vos um desafio no meu blog...
www.palavrasdapipoca.blogs.sapo.pt
Obrigada!