19 novembro 2005

As nossas origens

Foto: Fotógrafo na Brito Capelo - Matosinhos
Meus avós - Maria Júlia e António Freitas
Marços de 1945

A minha avó pediu-me para eu lhe “fazer” no computador esta foto antiga, para ela pôr numa moldura, eu “fiz” a foto e agora apeteceu-me falar nestas pessoas maravilhosas.

Os meus avós são daquelas pessoas extraordinárias que nunca param.
Nasceram ambos em Matosinhos, onde casaram e tiveram 2 filhos.
Foram para Angola tentar a sua sorte, lá nasceram mais dois filhos, um deles acabou por falecer com uma doença tropical.
Tiveram uma vida de muito trabalho em Angola, mas têm histórias fantásticas de caçadas, passeios, enfim, daquelas que costumamos ver relatadas em documentários.
Por lá ficaram muitos anos até terem 3 netos (uma delas sou eu), quando a mais velha das netas (eu) fez 5 anos, tiveram que fugir da chacina que as outras famílias estavam a sofrer e ficaram rotulados de “retornados” em Portugal, onde toda a família começou do zero as suas vidas.
Não ficando por aí, foram tentar a sua sorte para o Brasil, mais uns anos por lá sozinhos chegaram à conclusão que não conseguiam viver sem os filhos e netos e mais uma vez voltaram a Portugal, mais uma vez começaram de novo, desta vez melhor na vida.
E pronto, o meu avô é reformado à uns largos anos, porque sempre achou que a vida é para ser gozada, passa a vida a passear, anda sempre de férias, corre país de lés a lés (agora já não, porque a minha avó tem medo dele a conduzir…chiuuuu) por isso vão em excursões.
O meu avô não é daqueles velhotes (tem quase 80 anos) que se arrasta pelos bancos do jardim, não, o meu avô anda quilómetros a pé, conhece tudo.
Sou uma sortuda, tenho uns avós de ouro e não me canso de falar neles.

6 comentários:

Anónimo disse...

Que tenhas as suas companhias por muitos anos, e que eles gozem as alegrias que merecem, e que outros lhes tentaram roubar. Quem transporta as belezas de África na cabeça, mesmo com todas as dificuldades que passaram, transportam, certamente a felicidade. Bjs.

Anónimo disse...

São pessoas assim que preenchem as nossas vidas. Note-se ainda a força de vontade para singrar na vida apesar de tantas dificuldades. Bjinhos***

Luísa disse...

Olá musas,
há histórias de vida tão similares que este texto podia ter sido escrito por mim.
Quanto à sorte, não é a mesma, os meus avós já foram... mas, sou uma sortuda de os ter tido como avós.
Sinto uma saudade boa, daquelas que nos faz querer ser pequeninos de novo... estar sentada ao colo da avó a ouvir hiatórias de encantar, como só ela sabia contar.

Foi bom relembrar.

Beijinhos
Lu

Eva Shanti disse...

Oi! Acho uma ternura quando dizes que a tua avó te pediu para tu «fazeres» no computador a foto... Dos meus avós só tenho viva a minha avó materna, mas tive a felicidade de os conhecer a todos, especialmente o pai do meu pai que morreu aos 83 anos, mas ainda trabalhava (apanhava dois transportes públicos e às 8.30h, já estava no escritório).

Gosto muito do convívio com as pessoas mais velhas. Têm sempre histórias engracadíssimas para contar!

E isto dos computadores e das fotos «dentro dos telemóveis» é sempre complicado...

Bjs

saloia disse...

Linda fotografia, Sónia. Temos sorte de aindo os ter para deliciar nos com o amor deles!
Bjs
Mary

Mocho Falante disse...

As saudades que tenho dos meus que perdi tão cedo. é bom ver que a idade não os impede de viver

Abraços